Bioacústica e comportamento

A toninha é um animal de hábitos discretos e de difícil observação  na natureza. Por isso, muito do seu comportamento ainda é um mistério para os pesquisadores. Elas não costumam saltar e acompanhar embarcações, como outras espécies de golfinhos. Em geral, toninhas mostram apenas uma pequena parte da cabeça, do dorso e a nadadeira dorsal quando sobem brevemente à superfície para respirar. Na maioria das vezes, é o rostro que é avistado primeiro. Contudo, imagens aéreas tem permitido observar que elas são muito ágeis dentro d’água, com constantes movimentos de cabeça.

As toninhas são animais sociais, que vivem em pequenos grupos familiares, com 2 a 5 indivíduos. É comum encontrar vários grupos na mesma área enquanto se alimentam. No período reprodutivo, elas formam casais monogâmicos.

Os sons produzidos pelas toninhas são muito especiais: elas emitem cliques ultrassônicos (sons pulsados de alta frequência) muito diferentes dos outros golfinhos. Eles não podem ser ouvidos pelos humanos, mas estes cliques, uma vez gravados, permitem aos pesquisadores reconhecer a espécie somente pelo som devido ao seu padrão característico. Além de cliques, as toninhas também tem a capacidade de produzir sons tonais, os assobios, mas que raramente são registrados.

Os sons são produzidos pelo movimento do ar nos sacos aéreos e são emitidos pela região frontal da cabeça, conhecida como melão. No caso dos cliques, eles atingem os obstáculos no ambiente e voltam na forma de ecos, que são então capturados pela mandíbula e transmitidos ao ouvido interno. A partir dessa informação a toninha consegue produzir uma imagem acústica do ambiente ao seu redor, parecido com um exame de ultrassom. Através desse processo, chamado ecolocalização, os golfinhos conseguem encontrar presas e navegar nos oceanos.